domingo, 24 de abril de 2011

A VIDA VENCE A MORTE, ALELUIA!

Das Homilias de Santo Astério de Amaséia, bispo (século V)




Digno é o Cordeiro que foi imolado de receber o poder e a força.


Alegre-se hoje a Igreja herdeira; Cristo seu Esposo, depois da Paixão, ressuscitou! Ela, que chorou por sua Paixão, alegre-se por sua ressurreição!

Alegra-te, Igreja-Esposa! A ressurreição do Esposo te levantou do chão, onde jazias prostrada e eras pisoteada. Os pés da cortesã não mais dançam por causa da morte de João Batista, mas os da Igreja calcam a morte. A fé não é mais negada, e todos os joelhos se dobram; cassaram os sacrifícios, e os salmos brotam como flores. Não é mais a fumaça dos sacrifícios que se eleva, mas o incenso das orações: Minha oração suba a vós como incenso (Sl 140, 2). As imolações de animais não tem mais valor, depois que foi imolado o Cordeiro que tira o pecado do mundo.
Ó maravilha! A mansão dos mortos devorou o Cristo Senhor e não o digeriu. O leão engoliu o cordeiro e não pôde conservá-lo em seu estômago. A morte sorveu a vida, mas tomada de náuseas, vomitou até os que anteriormente devorara. O gigante [a morte] não conseguiu levar Cristo que morria; morto, Ele tornou-se terrível para o gigante; lutou contra alguém que estava vivo e esse caiu, vencido pelo Morto.

Um só grão foi semeado e o mundo inteiro alimentado. Imolado como homem, voltou à vida como Deus, dando a vida ao universo. Como ostra foi esmagado e como pérola adornou a Igreja. Como ovelha foi sacrificado e, como um pastor com o cajado, expulsou com a cruz a tropa do demônio. Como uma lâmpada no candelabro, extinguiu-se na cruz e, como sol, levantou-se do túmulo. Presenciou-se duplo prodígio: enquanto Cristo estava sendo crucificado, o dia era encoberto pelas trevas; e enquanto ressurgia, a noite brilhava como o dia.

Por que o dia escureceu? Porque acerca desse dia está escrito: Das trevas fez o seu esconderijo (Sl 17, 12: Vulg.) E por que a noite brilhou como o dia? Porque o Profeta lhe disse: Mesmo as trevas para vós não são escuras, a própria noite resplandece como o dia (Sl 138, 12). 

Ó noite mais clara que o dia! Ó noite mais fúlgida que o sol! Ó noite mais alva que a neve! Ó noite mais brilhante que os archotes! Ó noite mais deleitável que o Paraíso!

Ó noite livre das trevas! Ó noite que repeles o sono! Ó noite que ensinas a vigiar com os anjos! Ó noite terrível para os demônios! Ó noite, desejo do ano!

Ó noite que apresentas a Igreja a seu Esposo! Ó noite que geras os recém-nascidos pelo batismo! Ó noite na qual o diabo adormecido foi desarmado! Ó noite na qual o herdeiro introduz a herdeira em sua herança!

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