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HOJE SIMÃO PEDRO SUBIU À CRUZ, ALELUIA;
HOJE AQUELE QUE TEM AS CHAVES DO REINO
FOI ALEGRE AO ENCONTRO DE CRISTO;
HOJE PAULO, APÓSTOLO DAS NAÇÕES,
CONSQUISTOU, PELO NOME DE CRISTO,
A COROA DO MARTÍRIO, ALELUIA.
MARTIROLÓGIO ROMANO-MONÁSTICO
Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, martirizados em Roma entre 64 e 67. São Pedro, escolhido por Cristo – depois de sua profissão de fé – para ser o fundamento da Igreja, foi confirmado em sua função de Pastor após ter expiado sua tríplice negação por uma declaração de amor, vindo mais tarde a sofrer um suplício semelhante ao de seu Divino Mestre. São Paulo, que era cidadão romano, foi decapitado depois de ter cumprido, por sua pregação e suas cartas, a missão de Doutor e arauto do Evangelho aos gentios, através da Ásia Menor e da Grécia durante cerca de trinta anos. Estas duas colunas da Igreja deram assim à Cidade Eterna, “sua doutrina junto com seu sangue” (Tertuliano).
Por determinação da Santa Sé, nos lugares onde não é feriado, esta solenidade
pode ser transferida do dia 29 para o domingo mais próximo.
Em Estremoz, Santa Isabel, rainha de Portugal, sobrinha-neta de Santa Isabel da Hungria. Casada aos doze anos com o rei D. Dinis de Portugal, passou toda a sua vida a trabalhar e orar pela paz na península Ibérica, e mais tarde morreu no convento das Clarissas de Coimbra, que havia fundado.
Os santos Oséias e Ageu, profetas do Antigo Testamento.
Em Berry, São Laureano, bispo de Sevilha, mártir, cuja relíquia da cabeça foi levada para Sevilha na Espanha.
Na África, o natalício de São Jucundiano, mártir, que, por causa de Cristo, foi lançado no mar.
Em Sírmio, os santos mártires Inocêncio e Sebástia, com trinta Companheiros.
Em Madaura, na África, São Nanfânio, mártir, e os Companheiros que ele animou para a luta, e conduziu à vitória.
Em Cirene, na Líbia, São Teodoro, bispo. Na perseguição de Diocleciano, açoitaram-no com chumbeiras, e cortaram-lhe a língua, sob o prefeito Digniano. Mas ele, afinal, morreu em paz, como confessor da fé.
Em Augsburgo, na Récia, Santo Ulrico, bispo, que se assinalou pela virtude de admirável abstinência, liberalidade e vigilância, bem como pelo dom dos milagres.
Finalmente, em outros locais, aniversário de numerosos outros santos, cujos nomes estão inscritos no Livro da Vida.
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Dos sermões de Santo Agostinho, bispo e Doutor da Igreja.
(Sermão 295, 1-2.4.7-8: PL 38, 1348-1352) (Sec. V)
Estes mártires deram testemunho do que viram
O dia de hoje é para nós dia sagrado, porque nele celebramos o martírio dos apóstolos São Pedro e São Paulo. Não falamos de mártires desconhecidos. A sua voz ressoou por toda a terra e a sua palavra até aos confins do mundo. Estes mártires deram testemunho do que tinham visto: seguiram a justiça, proclamaram a verdade, morreram pela verdade.
São Pedro é o primeiro dos Apóstolos, ardentemente apaixonado por Cristo, aquele que mereceu ouvir estas palavras: E Eu te digo que tu és Pedro. Antes dissera ele: Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo. E Cristo respondeu-lhe: E Eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Sobre esta pedra edificarei Eu a mesma fé de que tu dás testemunho. Sobre a mesma afirmação que tu fizeste: Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo, edificarei Eu a minha Igreja. Porque tu és Pedro. «Pedro» vem de «pedra»; não é «pedra» que vem de «Pedro». «Pedro» vem de «pedra», como «cristão» vem de «Cristo».
O Senhor Jesus, antes da sua paixão, escolheu, como sabeis, os discípulos a quem chamou Apóstolos. Entre estes, só Pedro mereceu representar em toda a parte a personalidade da Igreja inteira. Porque sozinho representava a Igreja inteira, mereceu ouvir estas palavras: Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus. Na verdade, quem recebeu estas chaves não foi um único homem, mas a Igreja única. Assim se manifesta a superioridade de Pedro, porque ele representava a universalidade e unidade da Igreja, quando lhe foi dito: Dar-te-ei. Era-lhe atribuído nominalmente o que a todos foi dado.
Com efeito, para que saibais que a Igreja recebeu as chaves do reino dos Céus, ouvi o que o Senhor diz noutro lugar a todos os seus Apóstolos: Recebei o Espírito Santo. E logo a seguir: Àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos.
No mesmo sentido, também depois da ressurreição, o Senhor confiou a Pedro o cuidado de apascentar as suas ovelhas. Na verdade, não foi só ele, entre os discípulos, que recebeu a missão de apascentar as ovelhas do Senhor. Mas, referindo-se Cristo a um só, quis insistir na unidade da Igreja. E dirigiu-se a Pedro, de preferência aos outros, porque entre os Apóstolos, Pedro é o primeiro.
Não estejas triste, ó Apóstolo. Responde uma vez, responde outra vez, responde pela terceira vez. Vença por três vezes a tua profissão de amor, já que três vezes o temor venceu a tua presunção. Tens de soltar por três vezes o que por três vezes ligaste. Solta por amor o que ligaste pelo temor. E assim, uma vez e outra vez e pela terceira vez, o Senhor confiou a Pedro as suas ovelhas.
Num só dia celebramos o martírio dos dois Apóstolos. Na realidade, os dois eram como um só; embora tenham sido martirizados em dias diferentes, deram o mesmo testemunho. Pedro foi à frente; seguiu-o Paulo. Celebramos a festa deste dia para nós consagrado com o sangue dos dois Apóstolos. Amemos e imitemos a sua fé e a sua vida, os seus trabalhos e sofrimentos, o testemunho que deram e a doutrina que pregaram.
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