quarta-feira, 2 de junho de 2010

SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO


EU SOU O PÃO VIVO DESCIDO DO CÉU QUEM DESTE PÃO COME, SEMPRE HÁ DE VIVER.

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MARTIROLÓGIO ROMANO-MONÁSTICO

A solenidade de Corpus Christi, quando a Igreja celebra festivamente o mistério eucarístico do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, real presença sob as aparências sensíveis do pão e do vinho, em memória de Sua Paixão sangrenta e em penhor da unidade de seu Corpo Místico, que é a Igreja.

Memória de São Carlos Lwanga e seus Companheiros. Em 1886, sete anos após a chegada dos primeiros missionários a Uganda, cerca de cem jovens cristãos foram condenados à morte por terem desejado permanecer fiéis à graça de seu batismo, na castidade e na oração. Vinte e dois católicos foram canonizados em 1964 e São Carlos Lwanga foi proclamado padroeiro celeste da juventude africana.

Em Arezzo, na Toscana, os santos irmãos mártires Pergentino e Laurentino. Apesar de serem ainda criancinhas, sofreram duros suplícios, e operaram, pela graça de Deus, grandes milagres, na perseguição de Décio. Afinal, foram mortos à espada, sob o prefeito Tibúrcio, nessa mesma cidade.

Em Constantinopla, os santos mártires Luciliano e as quatro crianças Cláudio, Hipácio, Paulo e Dinis. Luciliano, que de sacerdote idólatra se convertera a Cristo, sofreu vários tormentos, e foi depois lançado numa fornalha, junto com as crianças. Como uma forte chuva apagasse o fogo, todos eles saíram ilesos. Por fim, ele foi crucificado, e as crianças foram mortas à espada. Assim consumaram o martírio, sob o prefeito Silvano.

Em Córdova, na Espanha, o bem-aventurado Issac, monge, que com toda a coragem proclamou, diante dos mulçumanos, sua fé em Cristo, único mediador entre Deus e os homens. Por isso morreu ao fio da espada.

Em Constantinopla, Santa Paula, virgem e mártir, que, por recolher piedosamente o sangue dos supra ditos mártires Luciliano e as quatro crianças, foi presa, cruelmente açoitada e espancada, lançada numa fogueira, donde saiu indene. Afinal, degolaram-na no mesmo lugar, onde São Luciliano havia sido crucificado.

No ano da graça de 1051, São Davino, cristão armênio, que vendeu todos os seus bens e deu tudo aos pobres para se consagrar à vida ascética de peregrino. Morreu em Lucca, na Toscana.

Em Paris, Santa Clotilde, rainha, por cujas orações seu marido, Clóvis, rei dos Francos, aceitou a fé de Cristo.

Finalmente, em outros locais, aniversário de numerosos outros santos, cujos nomes estão inscritos no Livro da Vida.

- Terra, exulta de alegria, louva teu pastor e guia com teus hinos, tua voz.

- Tanto possas, tanto ouses, em louvá-lo não repouses: sempre excede o teu louvor.

- Hoje a Igreja te convida: ao pão vivo que dá vida, vem com ela celebrar.

- Este pão, que o mundo creia, por Jesus, na santa ceia, foi entregue aos que escolheu.

- Nosso júbilo cantemos, nosso amor manifestemos, pois transborda o coração.

- Quão solene a festa, o dia, que da santa Eucaristia nos recorda a instituição.

- Novo Rei e nova mesa, nova Páscoa e realeza, foi-se a páscoa dos judeus.

- Era sombra o antigo povo, o que é velho cede ao novo, foge a noite, chega a luz.

- O que o Cristo fez na ceia, manda à Igreja que o rodeia repeti-lo até voltar.

- Seu preceito conhecemos: pão e vinho consagremos para a nossa salvação.

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo.

Sermo 3, De sacramento altaris ad infantes (Patrologia Latina 46, 827-828)


No corpo de Cristo, vos tornastes agora membros de Cristo


O ministério da Palavra e o cuidado com que vos geramos para que Cristo se forme em vós, nos levam a vos dizer o que seja este sacramento tão grande e tão divino, este remédio tão célebre e nobre, este sacrifício tão puro e tão fácil. Já não é mais em uma única cidade terrestre, Jerusalém, nem mais no tabernáculo construído por Moisés, nem no templo erguido por Salomão – tudo isso não era senão sombra de realidades futuras – mas é do nascer do sol até o seu ocaso (Sl 112 [113], 3), como predisseram os Profetas, que se imola e se oferece a Deus a vítima de louvor, segundo a graça do Novo Testamento.

Já não se vai mais buscar entre o rebanho uma vítima sangrenta, já não nos aproximamos do altar com uma ovelha, mas, de agora em diante, o sacrifício de nosso tempo é o corpo e o sangue do próprio sacerdote. Foi deste sacerdote que se predisse no salmo: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem do rei Melquisedeque (Sl 109 [110], 4). Ora, lemos no Gêneses e bem sabemos que Melquisedeque, sacerdote do Altíssimo, ofereceu pão e vinho (cf. Gn 14, 18), quando abençoou nosso pai Abraão.

Cristo, nosso Senhor, que ofereceu, ao sofrer por nós, o que recebera ao nascer por nós, estabelecido sacerdote para a eternidade, instituiu o sacrifício do seu corpo e do seu sangue. Porque seu corpo, traspassado pela lança, deixou correr a água e o sangue pelo qual remiu nossos pecados. Lembrando-vos desta graça, realizando a vossa salvação com temor e tremor – pois é Deus que em vós opera – vós vos aproximais para participar deste altar. Reconhecei no pão o que pendeu da cruz, no cálice o que escorreu do lado aberto. Os antigos sacrifícios do povo de Deus significavam, em sua múltipla variedade, o único sacrifício que havia de vir. E tudo o que foi anunciado de modo múltiplo e diverso nos sacrifícios do Antigo Testamento, se relaciona com o sacrifício único, revelado no Novo.

Recebei, pois, e comei o corpo de Cristo, uma vez que, no corpo de Cristo, vos tornastes agora membros de Cristo. Recebei e bebei o sangue de Cristo. Para que não vos deixeis dispersar, comei aquele que é o vosso vínculo; para não parecerdes sem valor aos vossos próprios olhos, bebei aquele que é o preço pelo qual fostes resgatados. Quando comeis este alimento e bebeis esta bebida, eles se transformam em vós; assim vós também sois transformados no corpo de Cristo, se viveis na obediência e no fervor. Se tendes a vida nele, sereis com ele uma só carne. Porque este sacramento não vos apresenta o corpo de Cristo para dele vos separar. O Apóstolo nos lembra que isto foi predito na Sagrada Escritura: Os dois serão uma só carne. Este mistério é grande – eu digo isto com referência a Cristo e à Igreja (Ef 5, 32).

Em outro lugar foi dito a respeito da própria eucaristia: Porque há um só pão, nós, embora muitos, somos um só corpo (1Cor 10, 17). Começais, pois, a receber o que começastes a ser.


Um comentário:

  1. Ora et Labora!
    O CORPO DO MEU SENHOR É FORÇA VIVA DE PAZ!
    Abraços fraternais e tenhamos ótimo dia cheio da Presença de Deus!

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