Mosteiro São João
(Baseado em artigo de José Eizaguirre, publicado na Revista Beneditina nº 15)
Aproveitando o início da Quaresma escolhemos o tema do Jejum para a nossa reunião mensal. Não vamos tratar aqui do jejum como forma de penitência quaresmal, mas como prática de ascese monástica e cristã, que se inclui no grande tema da oração, ao qual vamos nos dedicar este ano de 2010.
Primeiramente quero fazer uma distinção entre jejum, moderação e abstinência. Jejum é não comer, moderação é comer pouco e abstinência é não comer de um determinado alimento.
Cabe ainda explicar que o jejum de doce, jejum de refrigerantes, jejum de assistir TV e tantos outros, não é jejum, mas mortificação.
Para isso nos valeremos da Santa Regra, do Livro 2 dos Diálogos de São Gregório Magno e de um artigo publicado na Revista Beneditina nº 15, ano III, de autoria de José Eizaguirre, sm, intitulado RECUPERAR O JEJUM, Uma Proposta de Jejum, Oração e Solidariedade.
Como bem nos lembramos Gregório Magno em seu 2º Livro dos Diálogos, nos conta que no início do caminho espiritual, São Bento levou vida eremítica por três anos em Subiaco. Faz parte da vida eremítica a prática do jejum. Vemos no capítulo 1 que o monge Romano levava para Bento pão em determinados dias. Portanto, Bento seguia a risca a prática da ascese tal como nossos pais no deserto. Além disso, quando o Senhor revelou a um presbítero que Bento estava na gruta e ordenou que este padre levasse alimento para ele, pois era Páscoa, percebemos através do diálogo entre Bento e este padre, que nosso Pai praticava o jejum com rigor.
Além disso, ainda no 2º Livro dos Diálogos, lemos, no capítulo quando o irmão do monge Valentiniano cedeu à tentação e não guardou o jejum como devia, foi admoestado por Bento.
Se nos voltarmos para a Santa Regra em seus capítulos 39 e 41, lemos:
Capítulo 39 – Da Medida da Comida
[1] Cremos que são suficientes para a refeição cotidiana, quer seja esta à sexta ou à nona hora, em todas as mesas, dois pratos de cozidos, por causa das fraquezas de muitos, [2] a fim de que aquele que não puder, por acaso, comer de um prato, coma do outro. [3] Portanto dois pratos de cozidos bastem a todos os irmãos; e se houver frutas ou legumes frescos, sejam acrescentados em terceiro lugar. [4] Seja suficiente uma libra de pão bem pesada, para o dia todo, quer haja uma só refeição, quer haja jantar e ceia.
Capítulo 41 – A que horas convém fazer as refeições
[1] Da Santa Páscoa até Pentecostes, façam os irmãos a refeição à hora sexta e ceiem à tarde. [2] A partir de Pentecostes, entretanto, por todo o verão, se os monges não têm os trabalhos dos campos ou não os perturba o excesso do verão, jejuem quarta e sexta-feira até a hora nona; [3] nos demais dias jantem à hora sexta. [4] Se tiverem trabalho nos campos ou se o rigor do verão for excessivo, o jantar deve ser mantido à hora sexta: ao Abade caiba tomar a providência. [5] E, assim, que tempere e disponha tudo, de modo que as almas se salvem e que façam os irmãos, sem justa murmuração, o que têm de fazer. [6] De 14 de setembro até o início da Quaresma façam a refeição sempre à hora nona. [7] Durante a Quaresma, entretanto, até a Páscoa façam-na à hora de Vésperas. [8] Sejam essas celebradas de tal modo, que os irmãos não precisem, à refeição, da luz de uma lâmpada, mas que tudo esteja terminado com a luz do dia. [9] E mesmo em todas as épocas esteja tanto a hora da Ceia como a do jantar de tal modo disposta, que tudo se faça sob a luz do dia.
Examinando estes capítulos verificamos que os monges beneditinos faziam somente uma refeição ao dia, mas de acordo com a disposição do Abade, poderia haver uma ceia. Por isso se diz que São Bento atenuou o rigor do jejum para os seus discípulos tendo em vista que pretendia atender tanto aos fracos como aos fortes.
A prática do jejum não é algo novo, mas já era praticado pelos israelitas. Na Bíblia vamos encontrar inúmeras passagens do Antigo Testamento que nos relatam sobre a prática de jejum em momentos de penitência, pedido de perdão... Vemos o relato do Livro de Ester, quando para salvar o seu povo fez um jejum de dias em que orou, vestiu roupas de saco e cinza, antes de comparecer diante do rei.
Vemos o relato do rei Davi que jejuou para pedir perdão de seu pecado e conseguir salvar a vida de seu filho. Ou do rei Acab que jejuou também para pedir perdão de seu pecado. E ainda os ninivitas após ouvirem as palavras de Jonas. Valeria a pena fazer um estudo em todos os textos bíblicos a fim de aproveitarmos os ensinamentos que poderíamos tirar dali, como forma de meditação bíblica.
O jejum era feito quando havia uma dificuldade a ser resolvida, quando se queria o perdão de Deus, como oração, quando havia um infortúnio, uma desgraça.
O jejum, a esmola e a oração eram três práticas de piedade praticadas pelos israelitas. Mesmo nos tempos de Jesus, através da leitura do Evangelho, verificamos a sua prática comum na religião judaica. E pelas palavras de Jesus proferidas no Sermão da Montanha (MT 6, 1-6; 16-18) e lidas na Quarta-feira de Cinzas, notamos que Jesus as tinha como muito importantes e exortava os seus discípulos a praticarem.
1“Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus.
2Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens.
Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 3Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, 4de modo que a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa.
5Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens.
Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 6Ao contrário, quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta, e reza ao teu Pai que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa.
16Quando jejuardes, não fiqueis com o rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto, para que os homens vejam que estão jejuando.
Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 17Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, 18para que os homens não vejam que estás jejuando, mas somente teu Pai, que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa”.
Para Jesus a prática era louvável, boa, mas ele alertava para que os discípulos não procedessem como os hipócritas. O que faziam estes? Faziam, por exemplo, tilintar as moedas que caiam no cofre das esmolas para chamarem a atenção. Uma atitude como estas não tem valor algum. Como nos diz São Paulo – se você for queimado vivo numa fogueira, mas se não houver amor de nada vale. Se você chamou a atenção sobre si, se já foi considerado uma santo pelos outros por causa disso, já teve a sua recompensa. O nosso Pai irá recompensar aqueles que não tiveram a sua recompensa aqui, que não buscaram essa recompensa.
Jesus nos pede reta intenção e a pratica de justiça. E isso não era novidade. O profeta Isaías já dizia: “Por acaso não consiste nisso o jejum que escolhi: em romper os grilhões da iniqüidade, em soltar as ataduras do jugo e por em liberdade os oprimidos e despedaçar todo o jugo? Não consiste em repartir o teu pão com o faminto, em recolheres em tua casa os pobres desabrigados, em vestires aquele que vês nu e em não te esconderes daquele que é tua carne?” (Is 58, 6-7)
E o profeta Joel: “rasgai o coração e não as vestes” (Jl 2, 12-12).
E nosso Pai São Bento diz: “[62] Não querer ser tido como santo antes que o seja, mas primeiramente sê-lo para que como tal o tenham com mais fundamento.”
Um detalhe importante é que os Evangelhos mostram que os apóstolos não jejuavam. Lembramos aquele fato narrado por, quando os fariseus indagavam porque os seus discípulos não jejuavam. Os discípulos de João Batista jejuam. Os discípulos dos fariseus jejuam.
E a resposta de Jesus é que eles deviam se alegrar porque o noivo estava entre eles, mas que quando o noivo fosse arrebatado eles jejuariam.
Este foi o motivo pelo qual os primeiros cristãos aderiram a pratica do jejum. Jesus não estava mais fisicamente entre eles, apesar de espiritualmente na Eucaristia termos a sua presença entre nós constantemente. A partir daí, jejuavam todas quartas e sextas-feiras ao contrário dos judeus que jejuavam as segundas e quintas-feiras, e para fazer memória da Paixão e Morte do Senhor.
A Didaqué nos fala do jejum pré-batismal. Todos sabem que o Batismo era dado aos adultos por ocasião da Vigília Pascal. E que para se preparar para o Batismo era adotado o jejum de 3 dias. Este se confundia com o jejum prescrito para todos os fiéis que começava na sexta-feira santa e ia até a manhã do Domingo da ressurreição.
Com o tempo o jejum ampliou-se para toda a Semana Santa, e depois para a Quaresma, lembrando os 40 dias que Jesus ficou no deserto. E o que consistia esse jejum? Em comer somente uma refeição por ia à hora nona (3 horas da tarde) e mais nada.
Dos primeiros cristãos nós passamos para a época do monaquismo. Este movimento teve como finalidade aumentar o fervor dos cristãos. Com a liberdade religiosa, o declínio das perseguições, começou a haver um relaxamento tanto no fervor, na fé como nas práticas. E em sentido contrario a esse relaxamento surgiu o monaquismo cristão.
Na Regra de Pacomio, do princípio do século IV, é prescrito o jejum, exceto para os enfermos, nos mesmos moldes que a Igreja estabelecia para todos os fiéis.
Convém lembrar que a única refeição dos eremitas no deserto compunha-se de pão, água e sal.
Se observarmos a Regra de São Bento veremos que ele fala em dois pratos de cozidos e se houver frutas ou legumes frescos em um terceiro prato. Tendo em vista poder atender a todos – fracos e fortes – a fim de que os fracos não fujam, Bento amenizou o jejum tão rigoroso dos primeiros pais.
No século XIX generalizou-se o costume do desjejum matinal inclusive nos dias fixados pela Igreja como dias de jejum.
No nosso século os católicos jejuam nos dias estabelecidos pela Igreja – Quarta-Feira de Cinzas e Sexta-Feira Santa de maneira similar. Embora o Concilio Vaticano II os distinga:
Tenha-se como sagrado o jejum pascal; deve ser celebrado em todos os lugares na sexta-feira da Paixão e Morte do Senhor e ainda, estender conforme as circunstâncias, ao Sábado Santo, para que desse modo se chegue ao gozo do Domingo da Ressurreição com ânimo elevado e entusiasta (SC 11)
Sabemos, entretanto que mesmo nesses dias são mantidas as três refeições normais – um desjejum normal, uma refeição um tanto menos copiosa do que o normal e uma ceia frugal. De acordo com o autor do artigo publica na Revista Beneditina “A isso se chama jejum!”
Através deste histórico vemos como as coisas ser relaxaram – houve um verdadeiro declínio da pratica.
Razões do Declínio:
A primeira causa do declínio é a perda do sentido original do jejum foi perdido – os cristãos não foram capazes de atualizar o sentido a cada século. A palavra lembra penitência e é considerado como das diversas formas de penitência cristã.. E isso nós vemos inclusive no Código de Direito Canônico (c1249-1253) e no Catecismo da Igreja Católica (parágrafos 1434-1439).
O jejum está em crise porque a pratica de penitencias são como uma privação de algo e isso causa repulsa numa sociedade consumista que acredita que todos os desejos devem ser realizados. E isso nos leva a uma segunda causa do declínio: a sociedade consumista em que vivemos que chega a alegar como um cerceamento do desenvolvimento da pessoa qualquer limitação imposta. A terceira causa é triste lembrança dos tempos antigos quando os jejuns e as penitencias eram impostos com uma severidade inadequada que deu causa a uma forte resistência.
Benefícios do Jejum:
O primeiro grande benefício é em nossa vida de oração. O jejum favorece sobremaneira a nossa oração. Haja visto que reza-se pior quando se está com o estômago cheio. Uma dieta ligeira predispõe à oração. Dá-nos a consciência de que nada a não ser Deus pode nos preencher totalmente É um orar com todo o ser.
Além disso, para os místicos nos revela a ausência do Amado. È sabido que todos nós perdemos o apetite quando perdemos alguém querido. O jejum significa os dias em que o noivo nos foi arrebatado. Neste sentido nos lembramos do jejum eucarístico, quando nos preparamos melhor para comungar expressando a fome de Deus e do Pão Vivo.
O silêncio também favorece a oração e o jejum tem uma forte ligação também com o silêncio. A nossa sociedade é barulhenta. Quando andamos pelas ruas, nos ônibus, nas filas, em todos os lugares podemos ver que ninguém consegue ficar em silêncio. Todos trazem um fone no ouvido ouvindo músicas o tempo todo e com isso não conseguem fazer silêncio interior. O nosso corpo está constantemente trabalhando o a respiração, a digestão, a circulação. Com o jejum damos um dia livre para o estomago para ajudar a fazer silencio com o corpo, e também com o coração e espírito. Passado o primeiro momento em que a fome aperta, o corpo se aquieta, se pacifica, permitindo que o espírito se acalme.
Portanto, o jejum esta intimamente ligado a oração e esmola, daí ser uma boa pratica que o que deixamos de gastar com nosso jejum, o doemos para aqueles nos quais pensamos enquanto jejuamos. Essa prática, por sinal, é aconselhada pela Igreja na época da Quaresma e pelas diversas campanhas da Fraternidade.
Além da oração, o jejum nos ajuda em nossa vida espiritual e também na esfera social. Quando todas as nossas necessidades são satisfeitas gera-se uma preguiça à mudança e à ação. Adormece a pessoa. Quando algo falta, estimula se a criatividade e as energias transformadoras. O jejum pode nos tirar de nossa rotina, nos desacomodar e nos estimular.
O jejum voluntário nos torna mais sensíveis às necessidades dos demais – ajuda-nos a ser mais generosos e mais misericordiosos. Se o jejum nos torna orgulhosos conosco mesmo é mau sinal. Mas se ele nos torna mais humildes, conscientes da fragilidade, mais compassivos, compreensivos com as fraquezas dos outros - então está contribuindo para que Deus nos modele.
Prefacio II da Quaresma.
O jejum também nos ajuda no auto-domínio, pois supõe certa violência sobre nosso corpo e esse esforço colabora no domínio de nosso próprio egoísmo.
Dimensão Solidária do Jejum.
Como dito acima, o jejum também atua na dimensão solidária.
A fome no mundo é evitável. Segundo a FAO bastariam 50 milhões de dólares por ano para erradicar a fome. E muito, mais se gasta muito mais com armamento militar. Ainda de acordo com a FAO morrem anualmente 15 milhões de pessoas de fome.
O jejum voluntário pode causar uma solidariedade com essas pessoas – essa sensação tão desagradável é habitual em milhões de pessoas que vivem assim todos os dias. Se com o tempo a sensação nos molestar pode nos tornar mais criativos.
Encarado desta forma, o jejum é um gesto de compaixão, de padecer junto com os que sofrem. Nós sofremos quando um ente querido sofre. Então por que não sofrer com essa gente?
Mais do que um gesto de solidariedade, em determinados casos pode ser considerado como gesto de denuncia profética
O ser humano é um animal consumidor e em nosso século chegou a um grau exagerado. Diante de uma sociedade que valoriza o ser humano pelo que consome – o jejum é um grito que mostra que o ser humano é valioso pelo que ele é.
Como gestos de protestos, podemos nos lembrar das greves de fome feitas por Mahatma Gandhi, pelo bispo Luiz Flávio Cappio, por Desmond Tutu e Adolfo Perez Esquivel.
Lembrando que o jejum tem íntima relação com a oração e esmola, tal como nos foi ensinado por Jesus Cristo (MT), podemos acrescentar que essa relação com a oração não se dá somente no plano individual, mas também no plano social, através das orações de súplica pela Igreja que sofre. Quando temos pessoas sofrendo em diversos lugares, a Igreja sofre com eles como um todo, afinal pertencemos a um mesmo corpo (1Cor). Um exemplo dessa oração de intercessão e súplica são os salmos, tais como o Salmo 94,3 – “Até quando, Senhor, os malvados cantarão vitoria?”
Existem perguntas que nos ultrapassam. O jejum nos torna mais conscientes de nossa limitação e da necessidade de confiar em Deus com todo nosso ser.
Benefícios à nossa saúde
Brevemente queremos lembrar que hoje é muito comentado sobre as virtudes terapêuticas do jejum:
a) Desintoxicação do organismo
b) Descansar o aparelho digestivo prolongando sua vida útil
c) Melhorar a circulação para os outros órgãos – mais lucidez mental
Uma observação interessante – consegue-se ficar sem comer por causa de beleza e somos incapazes por outros motivos.
Alguns podem achar essas idéias exageradas ou que queremos exigir muito de nossos oblatos, de nossos irmãos cristãos. O que desejamos na verdade é resgatar um grande valor perdido pela nossa Igreja, ou diríamos mais pelo nosso povo cristão. Talvez não consigamos mais fazer um jejum tais como nossos primeiros pais no deserto, mas pelo menos nos esforcemos para não deixarmo-nos cair no comodismo de uma prática relaxada.
Nossos irmãos muçulmanos, através da prática do Ramadã, fazem jejum um mês inteiro e nem é só de comida (comida, bebida, fumo e relações sexuais) desde a aurora até o anoitecer. Por que eles têm tanta força de vontade e nós não? Qualquer coisa a nós pedida é causa de murmuração e de defesa de direitos, justificativas? Será que temos consciência que somos discípulos de Jesus? O nosso Mestre não era um relaxado ou fraco. Ele não nos impôs um jugo pesado e mesmo assim nós nos recusamos a colocar este jugo sobre nossas costas. O que falta? Fé? Força de vontade? Amor? Que cada um pense sobre isso e tira sua própria conclusão.
Não sugiro um jejum como nossos primeiros pais no deserto, mas que saibamos fazer sacrifícios sejam eles quais forem pelo nosso Amado Senhor. O jejum é uma riqueza que precisamos reconquistar (Pe. Jonas Abib).
Também não aconselho aqueles que querem fazer jejum a começar de forma extrema. Repito aqui alguns conselhos práticos que nos foi dado pelo autor do artigo da Revista Beneditina, do qual aqui apresentamos um resumo, com algumas observações pessoais e cuja leitura aconselho:
Conselhos práticos:
1. Não começar com um jejum exagerado, pois isso tende ao fracasso. Começar por prescindir de uma refeição por mês ou por semana – que haja regularidade e que seja sempre a mesma
2. O Padre Jonas Abib, em seu livreto intitulado Práticas de Jejum, observa que as pessoas que fazem jejum, mas que não tomam o café da manhã estão agindo erradamente, pois assim o jejum, na verdade está começando no dia anterior, a partir da última refeição que fizeram. Isso as torna indispostas, irritadiças, impacientes e cefaléia. Tudo isso prejudica as atividades espirituais. Se, entretanto, a pessoa quiser assim mesmo ficar sem o café da manhã, existem algumas práticas que podem ajudar a amenizar estes sintomas.
3. Dedicar á oração o tempo dessa refeição
4. Acrescentar a esmola
5. Cada um deve conhecer o próprio corpo e saber até onde pode ir..
6. O acompanhamento com uma pessoa – é muito necessário
7. Evitar comparações – Rm 14, 3 – não somos melhores do que ninguém
8. Se o jejum é prolongado deve-se beber muita água.
9. Há uma diferença entre jejuar por penitencia ou fazê-lo como ajuda para a vida de fé ou como denuncia ante a injustiça.
BIBLIOGRAFIA:
Eizaguirre, José, SM* – Recuperar o Jejum, uma proposta de Jejum, Oração e Solidariedade – Revista Beneditina, ano III, nº 15
Abib, Pe. Jonas – Práticas de Jejum, 28ª edição, Editora Canção Nova
2º Livro dos Diálogos de São Gregório Magno
Regra de São Bento
(José Eizaguirre é membro da Família Marianista, na Espanha )
TEXTOS BÍBLICOS SOBRE O JEJUM
Sugerimos a leitura, a quem quiser se aprofundar no tema, dos textos bíblicos abaixo relacionados. Estes textos são citados no artigo de José Eizaguirre.
Medite sobre o que os textos sugerem a cada um e se pergunte como se poderia solidarizar com os milhões de pessoas que passam fome no mundo.
Ex 34,28
Dn 9,3
Est 4,16
2 Mc 13,12
1 Sm 7,6
1Rs 21,27
Lv 16, 29-31
Jz 290, 26
2Sm 1,12
Br 1,5
Is 58, 1-12
Jr 14,12
Zc 7, 5-14
Mt 4, 1-2 e seguintes
Ex 34, 28
1Rs 19,8
Mt 23,23)
Mt 6, 1-2.5-16
At 3, 2-3; 14,23
2 Cor 6,5.
Mt 9,14-17
Mc 9,29
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